sábado, 22 de dezembro de 2012

A ÁGUA NAS RELIGIÕES.



                      A ÁGUA NAS RELIGIÕES.

A água é considerada como purificadora na maioria das religiões. Ela é símbolo de pureza e fonte de vida, tendo por isso um papel central em varias religiões como o Hinduísmo, Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Xintoísmo e Wicca. A utilização de água pelas religiões e uma pratica comum, mas cada religião tem as suas particularidades diferentes no que toca á utilização da água.  Os batismos nas igrejas cristãs são praticados com água, que simboliza o nascimento de um novo ser. Como fonte de vida representa o renascimento. Água lava o corpo e, conseqüentemente, purifica-o, e estas qualidades conferem-lhe um simbolismo, ou mesmo um estudo sagrado. A água é, portanto, um elemento chave em cerimônia e rituais religiosos.

CRISTIANISMO. Na religião cristã água está relacionada ao batismo, o símbolo maior do nascimento do cristão. Ato público de fé para com Deus, sinal de boas vindas á igreja católica. O ato de batismo e o momento em que uma pessoa é parcial ou totalmente imersa em água sobre sua cabeça. Este sacramento tem as sua origem na Bíblia, onde registra o batismo de Jesus Cristo, por João Batista nas margens do Rio Jordão.  No batismo, a água simboliza a purificação, a rejeição do pecado original. Por outro lado, no Novo Testamento, a água e como uma vida, representa o espírito de Deus, isto é, água da vida para o novo cristão. Simboliza o nascimento de uma vida eterna, na fé cristã.  

JUDAÍSMO. Na religião Judaica, os Judeus usam a água para lavagens rituais com o objetivo de restaurar ou manter um estado de pureza. A lavagem das mãos antes e depois das refeições é um ato sagrado é obrigatório para os Judeus. Os banhos rituais, ou como são conhecidos no Judaísmo Mikveh, que hoje deixaram de ser importante nas comunidades judias, permanecem, no entanto, obrigatório para os indivíduos convertidos. Os homens realizam o Mikveh geralmente nas 6º sextas feiras, ou antes, de grandes celebrações, ao passo que as mulheres fazem-no antes do casamento, ou depois do nascimento de um filho, ou antes, da primeira menstruação.
No Primeiro livro da Bíblia, Gêneses, conta a história da Criação e do Dilúvio. Para castigar os homens pela suas desobediências para com Deus, o senhor enviou uma chuva torrencial que duraram quarentas dias e quarentas noites.  Mas antes Deus fez Noé construir uma Arca, onde colocou um par de cada animal existente na terra na arca, juntamente com a família de Noé. O Dilúvio lavou os pecados do mundo, fez surgir o inicio de uma civilização livre dos pecados cometidos pelo homem.

HINDUÍSMO. Para os Hindus, a água simboliza o poder da purificação espiritual, sendo a água um ato de limpeza matinal obrigatório para todos. Os seus templos se situam perto de uma fonte de água, e Hindus ou membros têm de se banhar antes de entraram no templo. Seus lugares de peregrinação encontram-se nas margens de um rio, sendo que estes locais geralmente são de confluência de dois ou mais rios, que são considerados particulares ou sagrados para o povo Hindu.

Os sete rios sagrados, segundo as tradições do Hinduísmo são o Rio Ganges, localizado na Índia, o Rio Kaveri localizado no Golfo de Bengala, na parte nordeste do Oceano Indico.  O Rio Godavari, é um rio que corre no centro da India e um dos mais importantes do país. Tem origem próximo de Trimbak em Maharastra. Segue para leste por Maharastra e Andhra Pradesh e desagua na Baía de Bengala. Rio Normada, este rio esta localizado na Índia. Nasce no alto das montanhas Mandhata. Um dos sete lugares sagrados de peregrinação na Índia Suas pedras são considerada sagrada contém marcações simbólicas das marcas na testa do deus Shiva. O Rio Saravasti, e o nome de um rio extinto localizado na Índia, no vale do rio Indra, onde se desenvolveu a civilização Sarasvat-Sindhu, por volta 3000 a. C. O rio foi descoberto por satélite no final do século XX. O Sindhu e considerado como o sétimo rio sagrada do povo Hindu.  Localizado na região de Punjab no noroeste do Paquistão.  O Rio Yamuna. É um dos principais rios do norte da Índia medindo 1.370 Km de comprimento. É um dos principais afluentes do rio Gange.
De  acordo com esta religião, os que se banham no rio Ganges. Ou deixam parte de seu corpo, como cabelos, cinzas, etc, na margem esquerda deste rio atingirão o Svarga, conhecido como o paraíso de Indra, deus das Tempestades.
 Os rituais fúnebres que acontecem nas águas do rio Ganges; os familiares do morto vertem água sobre a pira fúnebre em chamas para que a alma do referido morto, não posa escapar e regressar á Terra como um fantasma. Quando o fogo atinge o crânio do corpo, os familiares banham-se nas águas e vão para casa. As cinzas são recolhidas três dias depois da cremação, e vários dias mais tarde são deitados nas águas do rio Ganges, considerado sagrado.
No Hinduísmo, encontrarmos um mito sobre o Dilúvio, presente em algumas escrituras sagradas dos Hindus. Que conta a história de como Manu, o primeiro homem, que foi salvo de uma inundação por um peixe, considerado  Brama ou pronunciado Brahma, é o primeiro deus da Trimurti, a trindade do hinduísmo que forma junto com Vixnu e Shiva, o trios de deus hindus. Também considerado pelos hindus a representação da força criadora ativa no universo.

O ISLAMISMO.  Para os Muçulmanos, a água serve, mais que nada, para a purificação. Existem três tipos de abluções, ou lavagens praticados pelos Islâmicos. A primeira e mais importante, pois envolve a lavagem integral do corpo. E obrigatória depois das relações sexuais e recomendadas antes das orações nas 6º feiras e antes de tocar o Carão. A segunda ocorre antes de cada uma das cinco orações diárias, tendo os membros de se banhar a cabeça, lavar as mãos, as antebraços e os pés.  Em todas as mesquitas existem fontes de água, normalmente uma delas e exclusiva para os banhos ou ablução. Por fim, o último banho diz respeito ás situações em que a água torna-se escassas, nestes casos os Muçulmanos utilizam areia para suas lavagem.

O BUDISMO. Para o budista o simbolismo e os rituais da água não fazem sentido, porque procuram a iluminação espiritual que advém de ver a realidade da irrealidade. No entanto, a água está presente nos funerais Budistas, sendo vertida sobre uma taça que transborda perante os corpos, praticada pelos monges que recitam uma oração denominada de Oração das águas. “Como as chuvas enchem os rios e transbordam para os oceanos, também o que é oferecido aqui possa chegar aos que partiram”.

A água em regra, e um elemento fundamental tanto para o ser humano, quanto para as religiões, onde são utilizadas pelos seus seguidores, nas praticas de oferendas. Nas religiões Africanas Ocidentais como o, Candomblé, e a Umbanda mista, são usadas nos rituais e oferendas as divindades que representa a natureza como, Iemanjá a rainha dos mares, de todas as águas do mundo, seja dos rios, seja do mar. Seu nome deriva da expressão YÉYÉ OMÓ EJÁ, que significa mãe cujos filhos são peixes. Oxossi deus das cachoeiras, Ogum deus dos oceanos, Iara a mãe de todas as águas.  Suas oferendas são realizadas sempre com águas e colocadas nas águas como forma de agradar seus deuses,
Nas religiões neopagãs, como Xintoísmo e na Wicca, também existe a crença na existência de cinco elementos constituintes do Universo, sendo eles: o Fogo, a Água e a Terra e o Akasha que e na verdade e a manifestação da energia divina proveniente das águas. A água é usada em quase todos os rituais de limpeza dos seus praticantes.
Nas religiões, o uso ritual da água segue um ritmo de envolvimento crescente: vai desde a simples aspersão, até a total imersão. Outro ritmo a considerar é o da interioridade, que vai da sensibilidade exterior aquela interior desse tipo notório.
Para se livrarem do ciclo de reencarnações, os Hindus mergulham no rio Ganges, Yamuna e Godavári, considerados sagrados. Já os Judeus purificam-se através do mikvá, que e um banho ritual. Os Muçulmanos lavam os pés, os braços e o rosto antes das orações.
Na Gália céltica centenas de lagos e fontes eram consideradas miraculosas, beber a sua água assegurava saúde, fertilidade e boa sorte.
Quando João Baptista voltou do deserto anunciando o tempo messiânico, usou o banho como sinal público de conversão (ef.Mc. 1,4-5). Jesus de Nazaré  ordenou este rito quando enviou seus apóstolos a pregarem a boa notícia do reino de Deus. (ef.Mt. 28,19). 


 VALENTIM SANTOS
Professor,Historiador e Sociólogo