terça-feira, 5 de julho de 2011

CEMITÉRIO PÚBLICO DO BARRO VERMELHO.


 
Cemitério Público inaugurado em 1935.

Não existem registros precisos sobre a existência de um cemitério público nos primórdios da colonização do Barro Vermelho, hoje bairro Antonio Bezerra. Os primeiros registros sobre a existência de cemitério público na cidade de Fortaleza, datam de 8 de maio de 1884, quando foi construído o Cemitério de São Casemiro, localizado no campo da Amélia, hoje Praça Castro Carreira, conhecida como Praça da Estação. O campo foi construído em 29 de junho de 1830 em homenagem a imperatriz D. Amélia de Leuchetmberg. Foi construído em um campo de treinamento e hipismo. Projetado pelo engenheiro da Província, Juvêncio Manoel de Meneses, por ordem do Presidente da Província José Sarmento.  Localizava-se ao lado poente do campo, era murado e tinha uma capela na entrada do terreno que era dividido em dois lados. Na esquerda ficava o lado conhecido como o campo dos ingleses, onde geralmente eram sepultados os estrangeiros. Por ser próximo da praia, existia uma duna conhecida como Morro do Croata que devido aos ventos e a areia foi aterrando lentamente o cemitério, que foi demolido em 26 de fevereiro de 1880 onde foi construído, em abril do mesmo ano, o cemitério de São João Batista, no bairro de Jacarecanga.

Alguns moradores afirmam que seus antepassados falavam que naquela época era de uso geral as pessoas serem enterradas nos próprios sítios onde residiam, nas zonas mais distantes do centro de Fortaleza. Vários eram os motivos que levavam os moradores a agirem dessa forma. À distância e a falta de transportes dos corpos e por não existir lei sanitária que determinasse a obrigatoriedade dos enterros em cemitérios públicos. Como também pela falta dos mesmos em zonas urbanas. A lei surgiu somente em 1902.
Em 1910, surgem os primeiros cemitérios públicos urbanos como o de Parangaba e Mucuripe em 1914. Em 1935, alguns moradores do Barro Vermelho reuniram-se para a construção de um cemitério no bairro, dentre eles, destacamos: Sr. Manoel Rodrigues Venâncio, irmão do Sr. Cizisnando Rodrigues Venâncio, que construíram em um terreno localizado ao lado esquerdo do Patronato da Sagrada Família. Em 1937 com o alargamento das ruas do bairro foi modificada a sua estrutura para a atual, segundo nos informou o Sr. Antônio Braga Venâncio, sobrinho do Sr. Manoel Venâncio, que presenciou os translado dos seus restos mortais para o cemitério atual.
No cemitério de Antônio Bezerra estão repousando os entes queridos das principais famílias do bairro como: Couto Bezerra, Teixeira Campos, Giffony, Rebuça Brasil, Uchôa, Santos, Bezerra de Meneses, Matos Dourados, Pessoa e Mendes, dentre outros. O cemitério atualmente está lotado, sendo necessária sua ampliação. Por conta disso, algumas famílias já utilizam outros cemitérios de Fortaleza.

VALENTIM SANTOS
Professor, Historiador e Sociólogo